segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Violência escolar

Foi aprovada nesta sexta-feira, a proposta de lei para criminalizar a violência escolar em Portugal. Ainda não conheço bem o teor do projecto apresentado, porém, devido ao avolumar dos casos, por vezes ainda pouco divulgado, é urgente que algo seja feito, para que a impunidade não leve a casos mais graves.
            Penso que o bullying no nosso país, apesar de já terem ocorrido alguns episódios,  ainda não é trágico, mas é necessário que a escola e os pais, se notarem qualquer manifestação indiciadora deste tipo de violência, alertem as autoridades, para que sejam tomadas as devidas medidas. Para melhor compreender este problemas, consegui reunir algumas considerações sobre este tema.
Esta espécie de violência, conhecida por “bullying”, que desde o início da segunda metade da década de 90 se impôs no universo das mais prementes preocupações sociais, não apenas no nosso país, mas também um pouco por todo o mundo, ocorre com mais frequência nos escalões de ensino mais baixos, nomeadamente o primário e secundário.
A crescente visibilidade deste fenómeno, e a diversidade de perspectivas com que tem sido abordado, mais do que esclarecê-lo, antes o tem adensado mais, tornando-o objectos de ampla controvérsia política e mediática.
O Bullying entre os jovens, sendo um fenómeno na moda, não é um fenómeno recente. Desde há muito que a literatura de investigação tem descrito incidentes que facilmente se identificam com esta prática. Contudo, nas últimas duas décadas, um pouco por todo o mundo, o bullying passou a ser considerado num problemas social de tal modo grave que muitos esforços têm sido dedicados à sua investigação e à procura de formas de prevenção.
A pesquisa sobre este tipo de comportamentos violentos entre jovens foi iniciada em 1978, por Dan Olweus, na Noruega, onde estes comportamentos eram denominados “mobbing”. Contudo, só alguns anos mais tarde, em 1983, lhe foi dada a devida atenção, quando os média reportaram o suicídio de três jovens alunos. Ao longo da década de 1980, a ocorrência de diversas mortes violentas de jovens na Europa e nos EUA, e a intensa focalização mediática que se verificou, contribuiu para o desenvolvimento de inúmeros estudos sobre este problema e para um despertar da sensibilidade de muitas comunidades, que se lançaram em intensas campanhas de prevenção do bullying.
O bullying verifica-se quando um(a) aluno(a) é exposto, de forma repetida e durante um determinado período de tempo, a actos/acções negativas por parte de um ou mais alunos. As acções negativas existem quando alguém tenta ou consegue intencionalmente causar prejuízo ou infligir danos ou sofrimento a outra pessoa. Contudo, apesar dos inúmeros trabalhos de investigação desenvolvidos desde então, não existe ainda uma definição universal sobre o termo “bullying”. No entanto, a permanente de um conceito, de forma a definir concretamente os limites de uma realidade que permitisse a actuação das autoridades, levou a que no Reino Unido fosse criada uma definição legal, considerando-o como uma forma de violência de longa duração, de carácter físico ou psicológico, perpetrada por um indivíduo incapaz de se defender por si próprio, com a intenção consciente de o magoar, ameaçar, assustar ou pressionar. Ainda assim, apesar da grande indefinição que rodeia o conceito de bullying, é consensualmente aceite que este se baseia num conjunto bem definido de pressupostos:
- Intencionalidade da conduta agressiva; ou seja, a prática do acto de agressão ou ofensa visa causar sofrimento na(s) vitima(s) ou obter uma forma de controlo da mesma.
- Continuidade de comportamento; isto é, a agressão é reiterada, de forma mais ou menos regular ao longo de um período de tempo de duração variável.
- Desigualdade acentuada de poder entre agressor(es) e vítima(s): a qual serve de base ao controlo do(s) primeiro(s) sobre o(s) segundo(s).
Quanto às formas de bullying, os comportamentos a si associados estendem-se por um amplo leque de práticas cuja sistematização e operacionalização nem sempre é consensual, conforme já referido. Como tal, neste conceito têm sido incluídos uma grande diversidade de comportamentos negativos que se materializam em diversas formas: verbalmente (ameaças, insultos verbais, troças, implicações, ou alcunhas depreciativas, por ex.), através de contactos físicos (empurrar, rasteirar, agarrar contra vontade, agredir fisicamente, roubar dinheiro ou objectos, ofender sexualmente, por ex.), actos não verbais ou físicos (caretas, gestos obscenos, ostracismo, exclusão social recusa em aceder a pedidos de outros ou ainda furto de dinheiro ou objectos, danos em propriedade, por ex.) e mesmo actos de extrema violência, como tem acontecido com inquietante regularidade em escolas dos EUA. Também pode conceptualizado como um processo ou ciclo de eventos: um aluno que seja encarado como uma potencial vítima passa a ser alvo de um outro mais forte, ou de um grupo de outros alunos motivados para a prática de actos de agressão. Independentemente das razões, muitos agressores concebem um plano para agredir, ofender e/ou humilhar, fazendo-o através de uma grande diversidade de formas, predominantemente física nos níveis de escolaridade mais baixos e indirecta ou verbal nos níveis mais altos.

Continua(...)

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Bom Ano Novo!


Depois de um ano cheio de peripécias e com a palavra crise a ser a mais badalada, espera-se que o novo ano 2011, seja bastante melhor! Pelo menos haja esperança!

Para quem quiser um calendário...aqui vai...

Um bom ano novo para todos!!!!!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Encontro do Zêzere com o Tejo


Depois de ter estado na nascente do Rio Zêzere, tinha prometido a mim mesmo visitar também o local onde desagua e conflui com o Rio Tejo, aos pés da bela localidade de Constância.
 clicar nas fotos para melhor definição

Assim aconteceu, numa deslocação a Constância, onde participei numa prova de corrida, aproveitei o dia para visitar o rio, que ali chega já bem largo e forte. Verifiquei o quanto o rio foi importante para as gentes de Constância, principalmente na pesca da fataça e do sável, que foi ganha-pão para muitos.
De hoje em dia deixou de ter tanta importância, e muitos fazem-no por hobie,  mas as embarcações (caneiras) por lá continuam e todos os anos fazem uma festa (Nsª Senhora da Boa Viagem) em que chegam de vários locais, barcaças engalanadas para serem benzidas durante os festejos.
Falando um pouco de Constância é uma cidade calma e muito bonita, mais parecendo um presépio, com o seu casario branco e ruas floridas, entre os rios Zêzere e Tejo. 

Em tempos teve o nome de Punhete, mas as suas gentes não gostavam e pediram à Rainha D. Maria II para mudar a denominação, que passou a ser a actual. 

Também é conhecida por ter ali ter residido Camões, onde esteve desterrado devido aos amores por Catarina de Ataíde, tendo aqui escrito muito da sua lírica, por isso apelidada de “Vila Poema”.
Ficou o desejo de lá voltar, pois ainda há muito por visitar, principalmente as margens do rio, que me pareceram muito bem conservadas e aproveitadas para lazer e recreio da população.





segundavida

domingo, 21 de março de 2010

Como somos frágeis!


Estão ainda bem presentes na minha memória alguns Invernos bastante rigorosos, principalmente até aos anos oitenta. Entre Novembro e Fevereiro chovia constantemente, por vezes semanas e até meses completos, nos pontos de maior altitude caiam grandes nevões, vinham fortes trovoadas, ventanias e as temperaturas negativas enregelavam os ossos. A Primavera chegava com naturalidade, notando-se um clima temperado, também com chuvas por vezes abundantes em Abril, os dias alternavam o frio das tardes e da noite com o calor do restante dia, que propiciavam as condições necessárias para as sementeiras sazonais.
Este Inverno que terminou, também foi muito rigoroso e fez-me lembrar os de antigamente, mas teve uma particularidade que cada vez mais se faz sentir, que é a sua inconstância, tudo devido às alterações climáticas. Vieram grandes chuvadas e ventanias, que causaram situações de catástrofe e calamidade, como as fortes ventanias na zona Oeste da Estremadura, que  provocaram estragos avultados em infra-estruturas e na agricultura. Mais recentemente assistimos incrédulos à tempestade que assolou a Ilha da Madeira, tendo a mãe natureza demonstrado como somos frágeis.
A Primavera chegou e com ela, temperaturas mais amenas, mas não é seguro que seja uma Primavera à antiga, pois de um momento para o outro traz-nos surpresas. Ainda hoje, cerca das 14h00, caiu uma grande “tromba de água”, na zona de Sintra, que em 20 minutos, provocou o caos, com inundações nas várias artérias e em habitações de zonas baixas. É mesmo para se dizer que deste tempo, a partir de agora, tudo poderá esperar-se.
Segundavida

domingo, 3 de janeiro de 2010

Um olhar de esperança


Quando se inicia um novo ano, costuma dizer-se “que pelo menos não seja pior que o anterior”, também Já os nossos antepassados diziam “adeus mundo…cada vez pior”.

Entrámos em 2010 e mesmo tendo vontade de acreditar num ano melhor, os prognósticos não são nada animadores. No mundo, a crise económica, a fome, o terrorismo, o crescente aumento da poluição e subsequentes alterações climáticas, são as mais preocupantes.

A nível nacional, a recuperação económica caminha num percurso sinuoso e difícil e quando há crise económica desenrola-se uma espécie de efeito de dominó, que atinge vários sectores da sociedade, prevendo-se grandes dificuldades para a maioria da população, principalmente as camadas mais desfavorecidas, que são as mais atingidas.

Não podemos resignar às dificuldades que se nos deparam, temos que lutar pela vida e ter esperança num mundo melhor!

DESEJO A TODOS UM FELIZ ANO!

segundavida



quarta-feira, 23 de dezembro de 2009


Se considero o triste abatimento
Em que me faz jazer minha desgraça,
A desesperação me despedaça,
No mesmo instante, o frágil sofrimento.

Mas súbito me diz o pensamento,
Para aplacar-me a dor que me traspassa,
Que Este que trouxe ao mundo a Lei da Graça,
Teve num vil presepe o nascimento.

Vejo na palha o Redentor chorando,
Ao lado a Mãe, prostrados os pastores,
A milagrosa estrela os reis guiando.

Vejo-O morrer depois, ó pecadores,
Por nós, e fecho os olhos, adorando
Os castigos do Céu como favores.

Manuel Maria Barbosa du Bocage


Um belo poema do Bocage sobre o Natal e o sofrido destino do Redentor, por todos nós!

Desejo a todos um FELIZ NATAL!

segundavida

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Maravilhas naturais da Serra

Momentos marcantes são todos aqueles que ficam gravados na nossa memória para toda a vida, seja por factos negativos ou por bons acontecimentos. Alguns desses belos momentos ocorreram já há largos anos, quando era eu ainda um jovenzinho. Acompanhado de quatro dos meus irmãos, fizemos uma caminhada a partir do Covão da Ametade, no início do Vale Glaciário do Zêzere, na Serra da Estrela, até à Lagoa dos Cântaros. Foi um passeio em que convivemos durante todo o caminho, tendo inclusivamente brincado, desenhando o nosso apelido com pedrinhas numa laje do caminho.

Covão da Ametade
Em todas as imagens pode clicar para ver com melhor resolução
Já tinha prometido a mim mesmo voltar a efectuar o mesmo percurso, lembrava-me vagamente do caminho, sabia que era por veredas e caminhos traçados por rebanhos. Neste Verão, acompanhado da minha mana, que também tinha efectuado a “viagem” na mesma altura, pusemos-nos a caminho, tentando encontrar os mesmos trilhos.



Os carreiros lá estavam, em alguns pontos com marcas de tinta, deixadas provavelmente por escuteiros ou caminheiros, também algumas pedras colocadas estrategicamente sobre outras maiores, assinalavam o caminho. A partir dum certo ponto deixámos de ver as marcas e ficámos por nossa conta, tentando adivinhar o melhor trilho na direcção da lagoa. Tínhamos que tornear pedregulhos entre altos fetos, giestas e urzes.





Ao fim de 45 minutos lá avistámos a lagoa, estávamos cansados mas a vontade deu novo alento às pernas e foi um instantinho enquanto lá chegámos.



O local é na realidade maravilhoso e encantador, a lagoa é natural, com cerca de 8000 m2, situa-se aos pés do maciço rochoso denominado cântaros, é um dos vestígios marcantes deixados pelas massas de gelos dos glaciares que há milénios se formaram na Estrela. Na sua água verde-escura é reflectida toda a beleza natural da montanha e de toda a vegetação envolvente. Não haja dúvidas de que a alma de quem contempla aquele espectáculo natural fica cheia de um sentimento de um certo modo difícil de explicar.





O regresso é feito com alguma nostalgia, mas ainda deu para observar algumas plantas, entre elas, uma de flores amarelas, que também existiam nos campos da quinta onde fui criado, que me recordou tempos passados, quando mastigava as pétalas com sabor adocicado. Também encontrei alguns insectos, entre eles, uma bela borboleta que “cheirava” as flores de um cardo. Dos pastores restam apenas as ruínas de currais, que serviam para recolher e abrigar os rebanhos durante a pastorícia.







Chegámos à Covilhã já era hora de almoço mas ficou a satisfação daquela caminhada e da contemplação das maravilhas naturais da Serra da Estrela. Muitos Portugueses optam por visitar a serra apenas no Inverno devido à neve mas perdem outras belezas, que só com bom tempo se podem observar.

Segundavida