segunda-feira, 9 de março de 2009

Lagoa Azul

Já passei lá muitas vezes e algumas até parei alguns momentos para olhar, via uma lagoa mais castanha que azul, cheia de limbos e até lamas. Interroguei-me muitas vezes o porquê de Lagoa Azul, também porque não a limpavam para que a água ficasse mais límpida? Fiquei de lá voltar com mais tempo para apreciar a paisagem e tirar umas fotos. Na terça-feira passada, como estava o dia límpido e tinha a tarde livre, dei por lá umas voltas.



Constatei que aquele local tem mais beleza do que aparenta para o simples passante. Situa-se nas faldas da Serra de Sintra, rodeada de mata densa constituída essencialmente por pinheiros e acácias (mimosas), que pendem à procura da água. Ao longo dos anos na lagoa, proporcionou-se a patos, rãs, tartarugas e peixes um habitat próprio. Quando tirava algumas fotos apercebi-me de uma família de patos a tratar da vida, de algumas tartarugas que mergulhavam na água ao sentirem a minha aproximação, várias espécies de pássaros, que nidificam nos arbustos envolventes e outras espécies de animais e insectos.



A água está escura, esverdeada/acastanhada, devido às lamas vindas da serra, também das folhas que para lá caem e nesta época das flores amarelas das “mimosas” que a tingem de amarelo.


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Quanto ao azul, também pude constatar que ele está lá, não da cor da sua água, mas sim o azul celeste, pois quem ali se deslocar e se situar na zona mais a Norte, poderá ver o azul do céu espelhado nas suas águas. Talvez provenha daí a designação Lagoa Azul.

Segundavida

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Um abraço

Passados cerca de 20 anos voltei a visitar o monumento ao Cristo Rei, em Almada, um lugar emblemático para quem quiser avistar as duas margens do Tejo nas zonas de Lisboa e Almada.



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O monumento foi “pensado” em 1934, pelo facto do Cardeal Cerejeira, na altura Patriarca de Lisboa, ter visitado a imponente imagem de Cristo Redentor do Corcovado no Rio de Janeiro - Brasil. Mais tarde, quando se inicia a II Guerra Mundial, os Bispos fazem um voto "Se Portugal fosse poupado da Guerra, erguer-se-ia sobre Lisboa um Monumento ao Sagrado Coração de Jesus”. Portugal livrou-se da guerra e a construção do monumento foi uma realidade, tendo sido iniciado em 1949 e inaugurado a 17 de Maio de 1959. A autoria é dos arquitectos António Lino e Francisco de Mello e Castro e dos mestres - escultores Francisco Franco e Leopoldo de Almeida. O monumento está a 113 metros acima do nível do mar e tem uma altura de 110 metros. (fonte: site oficial do santuário Cristo Rei)


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O monumento está imbuído de uma forte conotação religiosa, a estátua do Redentor, está voltada para Lisboa por uma razão simbólica: ao estar de braços abertos para a capital, todo o mundo português estaria dentro do abraço de Deus.

Porém muitos dos visitantes deslocam-se ali, para através do terraço poderem apreciar belas paisagens. Fui um dos privilegiados, do seu miradouro avistei grande parte dos concelhos de Lisboa e Almada do Barreiro até ao Seixal; o rio Tejo na sua plenitude, desde Oeiras até ao Mar da Palha; Lisboa com os seus monumentos e a emblemática ponte sobre o Tejo, dos quais pude registar através de fotos.




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A ponte 25 de Abril, a ligar as duas margens do Tejo

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Ao longe a Baixa Lisboeta, o Tejo e embarcadouro de Cacilhas.



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A cidade de Almada e o Tejo a banhar Lisboa

Terminada a visita lá voltei eu para a outra margem, ficando tempos infinitos na fila para a ponte, tendo a oportunidade de ficar a contemplar a estátua, que dali parecia pequena.

Segundavida

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

sábado, 20 de dezembro de 2008

Solidariedade

No Chile, uma televisão de vigilância, captou imagens de um cão de rua a tentar salvar outro cão, seu companheiro de lides, que tinha sido atropelado numa estrada com muito trânsito.

O animal aproximou-se do seu amigo, correndo grande perigo de vida e com muita dificuldade, arrastou-o, agarrando-o pela boca, até à berma da estrada. Alertados por vários condutores, os dois animais foram retirados da via mas o cão atropelado não sobreviveu aos ferimentos. O vídeo está a correr mundo, pode ser visto ou revisto no link cão herói.

Pelas nossas aldeias, vilas e cidades vemos muitos cães abandonados, tenho reparado que normalmente eles se agrupam, dormem juntos e partilham muitas das vezes a comida que encontram. Nos momentos de dificuldade têm um grande instinto (espírito) de entreajuda, revelam solidariedade e amizade uns pelos outros.

Na maioria das vezes o instinto de sobrevivência leva-os a afastarem-se dos diversos perigos, no caso deste cão é fantástico como o animal, mesmo correndo grande risco, não hesitou em tentar salvar o amigo.

Pela sua atitude e solidariedade, este animal faz corar de vergonha (aqueles que a têm) muitos habitantes (como ele) deste planeta, que se dizem racionais.

Segundavida

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Mobilidades

Desde Setembro que está em funcionamento o programa «Lisboa à Noite: Mobilidade Nocturna em Segurança», uma iniciativa conjunta de Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Ministério da Administração Interna e Câmara Municipal de Lisboa.

Este programa teve como principal objectivo reforçar a oferta existente da rede de transportes públicos nas noites de sexta-feira, sábado e vésperas de feriado em Lisboa, dizem eles com a finalidade de reduzir a taxa de sinistralidade, designadamente devido a excessos no consumo de bebidas alcoólicas nos diversos bares da baixa, mas também disciplinar o tráfego rodoviário, em termos de circulação e de estacionamento, e aumentar a segurança no eixo Bairro Alto - Av. 24 de Julho e Rua de Cintura do Porto de Lisboa.

Boas notícias para os amantes da noite, já que passaram a contar com novos autocarros gratuitos e policiados, a servir o Bairro Alto e a 24 de Julho e com um aumento da oferta nocturna de transportes. Uma delas é o "Night Bus", carreira 1, composto por 4 autocarros que funcionam em regime de vaivém entre o Marquês de Pombal e a gare marítima de Belém entre as 22:00 e as 05:00, com intervalos de 20 minutos. Também a carreira 2, composta por 2 autocarros que circulam entre o Cais do Sodré e Alcântara-Mar, no mesmo horário e com a mesma frequência.

Até aqui tudo bem, mas… e então os outros? Deveria também existir um programa de Mobilidade Diurna para quem vai para o trabalho, principalmente entre as 06h00 e as 09h00 e também entre as 18h00 e as 20h00, que são precisamente os horários de ida para os trabalhos, assim como do regresso a casa. Se construíssem parques de estacionamento nas principais entradas da cidade onde se pudesse deixar o veículo e fizessem carreiras gratuitas (porque não, se os noctívagos têm direito….!) não haveria tantos problemas com o congestionamento de tráfego no interior da cidade e também que lucrava era o ambiente.

Segundavida

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O tempo

Nos últimos tempos o tempo tem sido curto, desde o início de Setembro que ando a frequentar o RVCC para fazer o 12º ano, está previsto terminar em Dezembro e o trabalho tem sido muito.
Depois de muitas mudanças e convulsões no sistema de ensino operadas nos anos pós-revolução, de 1974 a 1981, farto de tanta mudança, abandonei a escola. Frequentava o 11.º ano do curso “Arte e Design”, na altura terminara “o propedêutico” (o ano de acesso ao ensino superior) e foi criado o 12º ano. Foi precisamente há 27 anos, parecia ninguém saber o que querer e o que fazer com o ensino, desisti e decidi prosseguir a minha vida a trabalhar.
Recentemente o governo encarregou-se de mudar as regras no sistema de avaliações (avaliações curriculares) e com este novo modelo, para poder progredir na minha carreira profissional, arriscava-me a ficar para trás, por isso decidi agarrar a oportunidade e completar o 12º ano, neste programa do governo denominado “Novas oportunidades”.
Na antiguidade, o grande Sócrates afirmara: “Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância”. Quando da apresentação deste projecto, Sócrates (o José) também referiu: "temos que fazer mais, temos que fazer melhor e temos que fazer mais rápido". Num certo contexto estão em consonância mas existe um ditado popular que diz “Depressa e bem há pouco quem” e quatro meses para demonstrar o que se sabe penso que seja muito pouco tempo. Já entreguei os trabalhos agora só falta comparecer a “exame”, ao que chamam “Sessão de júri”, que será em Dezembro.

Desequilíbrios

Num destes fins de semana fui à minha terra natal visitar os meus familiares, principalmente o meu pai que se encontra bastante debilitado. Também revi amigos e aproveitei para dar umas voltas pela zona, principalmente uma “ida aos míscaros”, uma espécie de cogumelos comestíveis, muito apreciados na zona. Fiquei surpreendido, pois míscaros (cogumelos) nem vê-los, a terra estava ressequida, por isso imprópria para o seu crescimento. Noutros tempos por esta altura, eram aos montes, pois as chuvadas de Outono já tinham sido suficiente para a sua reprodução.
Quero com isto chegar aos desequilíbrios do tempo. Nos últimos 40 anos mudou consideravelmente, lembro-me que as chuvas começavam em Outubro, continuavam em Novembro e prolongavam-se (a ver vamos...), eram raros os anos que não caíam grandes nevões nas terras altas do interior e Norte. Era normal no Outono.



Por outro lado, no outro hemisfério, onde é Primavera, em que os dias deveriam já estar bem iluminados e aquecidos pelo sol, caiem grandes tempestades de chuva e vento, como foi nos últimos dias o caso do Sul do Brasil, tendo o Estado de Santa Catarina sido assolado por um grande temporal, contabilizando-se já 84 vítimas mortais e elevados danos materiais, principalmente em Jaraguá do Sul e Joinville, como foi testemunhado pela Mar, no seu blogue Suspiros de Gaia. Para todos os que estão a sofrer, principalmente com a perda dos seus entes queridos, envio a minha solidariedade.
Principalmente a partir da Revolução Industrial os céus foram invadidos por gazes poluentes e agravou-se com o desenvolvimento dos motores de combustão dos automóveis, aviões e máquinas agrícolas. Pouco tem sido feito para inverter esta situação, agravando-a ainda mais com a destruição contínua do verde dos campos e das florestas, em prol da construção.
A natureza tem as suas leis e elas têm sido desrespeitadas, por isso colhemos o que semeamos.

Segundavida.