segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Carnaval Português

A origem do Carnaval é obscura, conta-se que nos primórdios da humanidade, na Primavera, as pessoas utilizavam máscaras, pintavam o rosto e o corpo para espantar os maus espíritos das colheitas. Do mesmo modo, também em celebrações e agradecimentos à mãe natureza faziam festivais anuais.

Posteriormente fala-se em festejos Egípcios de homenagem à deusa Isis, de eventos a deuses Gregos, festejos Lupercais (em honra ao deus Pã, protector dos rebanhos), de festivais em Roma dos Césares, ligadas às famosas Saturnálias (festas dedicadas ao deus Saturno), de carácter orgíaco e também de fenómenos astronómicos e naturais como o regresso do sol na Primavera.

Quanto à palavra Carnaval, a mais “sonante” pensa-se que deriva da palavra Carnelevarium que significava a véspera da quarta-feira de cinzas e quando começava a abstinência da carne para os católicos. Desde a idade média, o Carnaval está associado ao calendário cristão e representava, naquela época, o período de festas profanas que se iniciava ou a partir de 25 de Dezembro, ou no Dia de Reis, e se estendia até a Quarta-Feira de Cinzas, quando começavam os jejuns da Quaresma. (pesquisado na net).

máscaras de Veneza (da net)

O Carnaval festeja-se um pouco por todo o mundo católico sendo de realçar o de Itália (Veneza), Alemanha (Munique), de França (Paris), mas o mais importante e espectacular está considerado o do Rio de Janeiro, no Brasil.

Em Portugal, o Carnaval até à década de 80 era festejado da forma tradicional portuguesa, mas o tema poderia ser diferente de terra para terra. Na generalidade assistiam-se a brincadeiras com máscaras artesanais e disputas para ver qual seria o melhor mascarado; faziam partidas dizendo mentiras de modo a enganarem o familiar, vizinho ou amigo; também era muito usual os homens vestirem-se de forma ridícula ou de mulher e vice-versa; outros, molhavam quem passava na rua com bisnagas ou pistolas de plástico e também metiam papelinhos na boca do amigo ou familiar, muitos ficavam chateados, por isso costumava-se dizer “é Carnaval ninguém leva a mal”.


Na minha juventude foi assim de tudo um pouco, o último que me lembre e que “brinquei a sério” foi quando eu tinha cerca de 18 anos, disfarcei-me de múmia, foi um dia inteiro a cortar lençóis velhos, com a ajuda da minha irmã enrolei-me completamente de tiras brancas. Poderei dizer que foi um sucesso pois lá na terra ninguém conseguiu adivinhar quem era tal figura. Hoje, para mim, o Carnaval pouca importância tem, pois outros valores se levantam.

Em algumas zonas do país nunca se perderam as origens mais remotas, como os Caretos de Podence (clicar) do Nordeste Transmontano e os de Lazarim (clicar) na zona do Douro. Também os de Torres Vedras, Ovar e Sesimbra, continuam a ser fiéis às suas raízes e porventura outros espalhados pelo país.

É de enaltecer a persistência das gentes destas regiões em não deixar perder a originalidade destes festejos, vale mais assim do que andar a fazer plágios por vezes grosseiros e caricatos de Carnavais doutros países.

segundavida


3 comentários:

Anônimo disse...

Já gostei muito do Carnaval. Íamos mascarados, de casa em casa, fazer "assaltos". Levava-se um pic-nic e se os donos da casa nos recebiam, ficava-se a dançar até altas horas. Não se gastava dinheiro em fatiotas: vestiamo-nos com o que havia em casa e era uma sorte ter tias ou avós velhas que nos emprestavam as suas toiletes antigas em que principalmente os chapeus eram para nós um tesouro...como dizes, muitas terras quiseram voltar às suas raízes "carnavalescas". Detesto é essa imitação ríicula dos desfiles do Brasil.

Anônimo disse...

Gostei das fotos dos nossos carnavais.
Bjs de Luz*

Anônimo disse...

Interessante descrição o que revela uma pesquisa séria sobre o Carnaval.É bom para quem queira fazer um estudo sobre o tema.Quanto ao carnaval na minha pequena terra ainda se festeja até às tantas da noite.Um abraço